Elvis 1956




quarta-feira, 12 de abril de 2017

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 7

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Continuação do livro Elvis e EU  Elvis And Me CAPITULO 7



Era um dia frio e nevado, em março de 1962, quase dois anos depois que Elvis deixara a Alemanha. Ao final da tarde, ele me telefonou. Há meses que não nos falávamos.

— Eu gostaria que você viesse a Los Angeles, Baby. Acha que podemos dar um jeito?

Atordoada, balbuciei:

— Não sei... Oh, Deus, eu não esperava por isso! Vai precisar algum tempo, algum planejamento.

Eu achava que jamais conseguiria persuadir papai a me deixar viajar. Houve vários telefonemas, com Elvis procurando dizer todas as palavras certas para agradar os meus pais. Tive conversas separadas com mamãe, na esperança de que ela me ajudasse a convencer papai.

Mais uma vez, Elvis atendeu a todas as exigências de papai: que esperássemos até eu iniciar as férias de verão, que ele me enviasse uma passagem de ida e volta em primeira classe, que apresentasse um roteiro meticuloso das minhas atividades durante as duas semanas que passaria em Los Angeles, que eu tivesse uma companhia constante e escrevesse todos os dias para meus pais.

Os poucos meses subseqüentes pareceram anos. Eu marcava no calendário cada dia até o nosso reencontro.


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Quando o avião pousou em Los Angeles eu descobri que o terminal estava fervilhando de estudantes em férias. Mas não tive qualquer dificuldade em avistar Joe Esposito, que ainda trabalhava para Elvis. Foi um prazer rever Joe. Seu sorriso largo e abraço afetuoso foram confortadores. Adorei quando ele disse que eu estava maravilhosa. Mas eu não pensava assim. Quando Elvis me vira pela última vez eu tinha quatorze anos e três quilos a menos. Receava agora que ele ficasse desapontado ao me ver e me mandasse de volta para casa no dia seguinte. Tive o primeiro vislumbre de Los Angeles ao deixarmos o aeroporto. Era uma cidade linda, muito diferente da insipidez da Alemanha do pós-guerra. Ao passarmos pelos estúdios da MGM, em Culver City, Joe comentou:

— Foi aqui que Elvis fez a maioria de seus filmes.

Logo estávamos percorrendo a lendária Sunset Strip e passando pelos enormes portões de ferro batido de Bel Air.

Eu estava entrando num mundo que jamais conhecera. Cada casa ao longo da rua sinuosa parecia mais espetacular de que a anterior. Entramos na casa de Elvis na Bellagio Road, no estilo de uma villa italiana. Fomos recebidos pelo mordomo de Elvis, que se apresentou como Jimmy e disse:

— O Sr. P. está no estúdio.

Ao passarmos pela porta, pude ouvir música tocando alto e pessoas rindo. Joe levou-me lá para baixo.

Antes de entrar, respirei fundo. Os anos de espera estavam agora encerrados. Na semi-escuridão, avistei pessoas refesteladas num sofá e outras de pé, junto a uma vitrola automática, selecionando canções. E depois vi Elvis, de calça preta, camisa branca e quepe. Senti vontade de correr para os seus braços, mas aquela sala cheia de pessoas não era o


cenário com que eu sonhara para o nosso primeiro encontro. Ele se virou e me avistou; depois de uma breve pausa, seu rosto se abriu num sorriso.

— Lá está ela! — exclamou ele, largando seu taco. — É Priscilla! Ele se adiantou, abraçou-me e beijou-me. Apertei-o por tanto tempo quanto pude... até que ele me largou.

— Já não era sem tempo — disse ele, jovialmente. — Por onde você andou durante toda a minha vida?

Consciente de que todos os olhos na sala se fixavam em nós, eu me sentia embaraçada. Enxuguei rapidamente as lágrimas, antes que alguém percebesse. Elvis pegou-me pela mão e apresentou-me, depois fomos sentar juntos.

— Não sabe como estou contente por ter você aqui comigo — ele repetia a todo instante. — Não imagina como estou ansioso em lhe mostrar tudo. Você cresceu. E está sensacional. Deixe-me contemplá-la. Fique de pé. Enquanto ele me olhava, fui ficando cada vez mais inibida. Não queria que ele continuasse a me contemplar por muito tempo. Poderia encontrar defeitos.

Elvis estava lindo, mas fiquei surpresa ao descobrir que seus cabelos louros do tempo do exército estavam agora pintados de preto. Ele parecia mais magro e feliz.

— Não vá embora Baby.

Ele deu-me um beijo afetuoso e depois voltou à mesa de sinuca, a fim de terminar a partida.

A noite parecia se arrastar devagar... devagar demais. Enquanto Elvis estava jogando, algumas garotas se aproximaram de mim e se puseram a falar. Disseram que Elvis oferecia festas quase todas as noites. Ouvindo isso e observando-o, enquanto a noite avançava, senti-me fora de contato com sua nova vida, embora as garotas dissessem que ele falava a meu respeito com freqüência e até mostrava minha fotografia a todo mundo.

Jogando sinuca, Elvis ria e gracejava. Quando uma das garotas se inclinou sobre a mesa, a fim de tentar uma tacada, Elvis espetou seu traseiro com o taco. Ela soltou um grito de surpresa e todos riram... menos eu. Não pude deixar de notar que houvera uma pequena mudança em

Elvis. Ele deixara a Alemanha como um garotão gentil, sensível e inseguro; durante a noite, eu iria constatar que se tornara malicioso e confiante, ao ponto da arrogância.

Elvis parecia também ser capaz de explodir em raiva muito depressa. Quando uma garota advertiu-o a tomar cuidado com um copo, empoleirado precariamente na beira da mesa de sinuca, ele lançou-lhe um olhar furioso, como a dizer "Pegue o copo você mesma."

Eu me sentia apreensiva. Não sabia o que fazer ou dizer. Entre as tacadas, Elvis se aproximava e me dava um beijo afetuoso, indagava se eu estava bem, depois voltava para sua tacada seguinte. Enquanto isso, os olhares curiosos de suas admiradoras nunca se afastavam de mim. Passava de meia-noite e meia quando Elvis finalmente sentou ao meu lado. Agora, foi como nos velhos tempos na Alemanha. Ele sugeriu que eu fosse para o seu quarto.

— Lá em cima, a primeira porta à direita, Baby. As luzes estão acesas. Subirei daqui a pouco. — Comecei a me levantar e ele acrescentou: — Espere alguns minutos, até eu me afastar. Assim, não vai parecer tão óbvio. A situação não me agradava. Sabia que ele estava me protegendo, mas havia muitas garotas bonitas presentes e eu queria que todas soubessem que Elvis me pertencia... pelo menos enquanto eu estivesse ali. Esperara tempo demais para ser discreta.

Levantei-me, espreguicei-me um pouco, desejei polidamente boa noite a todos, esperando que soubessem com certeza para onde eu estava indo.

Subi a escada correndo e encontrei o quarto de Elvis sem qualquer dificuldade. Era muito diferente dos seus aposentos de aparência comum na Alemanha. Nunca o imaginara a viver com tanto luxo — tapetes grossos, móveis requintados — mas o quarto parecia aconchegante. E depois meus olhos se fixaram na cama enorme, no meio do quarto. Pensei no mesmo instante em quantas mulheres já teriam dormido ali... corpos que ele abraçara e acariciara... e ainda pior, lábios que ele beijara ardentemente e o levaram ao êxtase. Eu não podia pensar em qualquer outra coisa.

Fui até as portas francesas que davam para o pátio e observei os convidados de Elvis se despedindo e se encaminhando para seus carros.


Sabendo que provavelmente ele subiria dentro de um instante, corri para o enorme banheiro adjacente.

Dez minutos depois eu entrara e saíra da banheira, penteara os cabelos, escovara os dentes e passara no corpo todo um talco que encontrara no armarinho da pia. Pus meu pijama azul predileto e fiquei parada, imóvel, diante da porta para o quarto. Sentia-me tão apreensiva que não era capaz de abrir a porta. Aquele era o momento que tanto ansiáramos e temêramos. Sentei numa cadeira e lembrei que Elvis dissera, quando eu tinha quatorze anos, que era "jovem demais". Agora que tinha dezesseis anos, tentei imaginar o que aquele Elvis, a quem eu mal conhecia, podia esperar de mim.

Cerca de quinze minutos depois ouvi-o abrir a porta do quarto e gritar para o primo, Billy Smith, que também trabalhava para ele:

— Não me deixe dormir até depois das três horas amanhã, Billy. No instante seguinte ele fechou a porta, trancou-a e indagou:

— Onde você está Baby?

— Estou no banheiro. Estarei aí com você dentro de mais alguns minutos.

Não demore muito. Quero ver minha garota. Eu ainda não conseguia me mexer. Elvis chamou de novo:

— O que está fazendo aí, Cilla?

Ninguém leva tanto tempo para se aprontar para deitar. Era o momento da verdade. Respirando fundo, abri a porta e saí. Elvis estava deitado na cama, fitando-me. Avancei em sua direção devagar, subi na cama, deitei ao seu lado. Nossos rostos estavam separados por poucos centímetros. Era um momento de ternura tão inesperado que fiquei mesmerizada a contemplar os seus olhos. Ficamos assim por um longo tempo, fitando-nos, até que nossos olhos se encheram de lágrimas. Elvis acariciou meu rosto, suavemente, sussurrando:

— Não pode imaginar como eu senti saudade. Você tem sido uma inspiração para mim. Não me pergunte por quê, mas não consegui tirar você dos pensamentos desde que deixei a Alemanha. É a única coisa que me mantém firme.

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ELVIS E EU


Não pude me controlar por mais tempo. As lágrimas escorriam-me pelas faces. Elvis abraçou-me e apertou-me, mas parecia que eu não conseguia ficar bastante perto dele. Se pudesse entrar dentro dele, eu o teria feito.

— Tudo vai dar certo, Baby. Eu prometo. Você está aqui agora e isso é tudo o que importa. Vamos nos divertir ao máximo e não pensar na sua volta.

Deitados ali, na semi-escuridão, Elvis logo descobriu que eu continuava tão intacta quanto me deixara, dois anos antes. Aliviado e satisfeito, Elvis comentou que isso significava muito para ele. Foi como se todos os meus sentimentos de mulher começassem a aflorar. Passei a beijá-lo ardentemente. Eu o queria... estava pronta para me entregar totalmente. Ele reagia ao meu ardor, mas de repente parou.

— Espere um pouco, Baby — murmurou ele. — Isso pode escapar ao controle.

— Há algum problema?

Eu temia não estar agradando-o. Elvis sacudiu a cabeça, tornou a me beijar e depois, gentilmente, puxou minha mão para si.

Senti o quanto ele desejava, física e emocionalmente. Elvis comprimiu seu corpo contra o meu, era uma sensação maravilhosa.

— Eu quero você, Elvis.

Ele pôs um dedo em meus lábios e murmurou:

— Ainda não... não agora. Temos muitas coisas pela frente. Não quero macular você. Desejo apenas que continue assim como está, por enquanto. Haverá um momento e um lugar certo e saberei quando isso acontecer.

Embora confusa, eu não estava disposta a argumentar. Elvis deixou bem claro que era isso o que queria. Fazia com que parecesse muito romântico e, estranhamente, era algo para se aguardar com ansiedade. Mas tarde, naquela mesma noite, ele disse que eu tinha de ficar na casa de amigos seus, George e Shirley Barris. Embora eu protestasse, Elvis insistiu:

— Não quero quebrar a promessa que fiz a seu pai. E se ele descobrisse que você está aqui comigo, certamente a obrigaria a voltar para casa no mesmo instante.



Não fazia o menor sentido, mas saí da cama e Elvis mandou Joe me levar até a casa dos Barris, onde passei a noite. Relutante, é claro. Posteriormente, descobri através de uma das esposas com quem fiz amizade o motivo para eu passar aquela primeira noite com George e Shirley. Anita fora despachada de volta a Memphis no dia anterior e Elvis estava tomando as precauções necessárias para evitar situações constrangedoras que poderiam resultar de telefonemas durante a madrugada, já passava de três horas da tarde seguinte quando Elvis telefonou, informando:

— Alan já está indo buscá-la.

Alan Fortas era outro dos seus empregados. Quando chegamos a casa, encontrei Elvis lá em cima, vestindo-se. Assim que me viu, ele beijou-me e perguntou:

— Gostaria de ir a Las Vegas? Podemos nos divertir a valer e eu lhe mostraria meus lugares prediletos.

Sem compreender sua contradição em relação à minha permanência com Barris na noite anterior e me sentindo apreensiva para fazer qualquer pergunta, limitei-me a dizer:

— Adoraria. Quando?

— Esta noite. Vamos pegar o ônibus e partir por volta de meia-noite. Chegamos pela manhã, dormimos durante o dia inteiro e assistimos aos shows e nos divertíamos pela noite afora.

O excitamento estava no ar... Las Vegas! Eu jamais sonhara em ir até lá e não tinha a menor idéia do que esperava. Na verdade, não me importava para onde fôssemos, desde que eu estivesse em sua companhia.

Tinha duas preocupações imediatas. A primeira, não sabia se podia comprar — ou se na minha idade deveria usar — as roupas glamorosas apropriadas para Las Vegas. Mas Elvis disse que eu não me preocupasse com isso, Alan me levaria às compras naquela tarde.


ELVIS E EU


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CONTINUA,,,,,,,,,

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