Elvis 1956




quarta-feira, 26 de abril de 2017

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 22

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Continuação do livro Elvis e EU  Elvis And Me CAPITULO 22


Elvis era um homem repleto de complexidades e contradições. Passávamos uma noite discutindo a vida espiritual e depois ele ia assistir um filme de horror. Uma noite, quando assistíamos ao clássico de horror Diabolique, Elvis inclinou-se e indagou se eu estava disposta a uma ousadia.

— Claro.

Eu não tinha a menor idéia do que ele planejava, mas a aventura sempre me atraía.

— Vou levar você a um lugar que vai deixá-la apavorada... foi o que aconteceu na primeira vez em que estive lá.

Depois que o filme terminou, ele pegou-me pela mão e fomos todos para a limusine. Elvis determinou ao motorista:

— Leve-nos ao necrotério. Tem um cara lá que toma conta do lugar. Já estive lá uma vez. Eu estava andando pelas salas, vendo os cadáveres, quando esbarramos um no outro. E nós dois ficamos apavorados.

— Está querendo dizer que vamos entrar?

— É proibido, mas posso dar um jeito.

— Está certo. Eu topo.

Sua fama era a chave-mestra. Era meio fantástico andar pelos corredores, entrar em cada sala. Era tudo silencioso, solene, mal iluminado. Eu apertava a mão de Elvis. A princípio, não queria olhar, mas Elvis garantiu que os cadáveres estavam em paz e depois da primeira olhada não seria tão ruim assim.

Vagueamos de uma sala para outra. Fiquei espantada ao descobrir como era fácil me acostumar àquela visão insólita. Era um lugar sereno, quase como se estivéssemos na igreja. Estava tudo muito bem até que olhei para uma mesa e avistei um bebê que devia ter dois ou três meses de idade. Ficamos olhando em silêncio, até que murmurei:


— Puxa, Sattnin, ele é tão pequeno, tão inocente... O que terá acontecido? Não há cicatrizes.

As lágrimas escorriam por meu rosto. Uma pausa e Elvis disse, suavemente:

— Não sei... Às vezes Deus opera de maneiras estranhas.

Acho que o bebê estava destinado a ir ao seu encontro. Seguramos a mão do bebê e Elvis disse uma oração. Poucos minutos depois encontramos o cadáver de uma mulher de meia-idade, que acabara de ser embalsamado. Desviei os olhos.

— Isso é bom para você — comentou Elvis. — Precisa ver coisas assim de vez em quando. É a verdade nua e crua...a realidade. Quando se olha para um cadáver, compreende-se que tudo é temporário, como pode acabar numa questão de minutos.

O lado espiritual de Elvis era um aspecto dominante em sua natureza. Como um garoto pequeno, criado em Tupelo, Mississipi, ele e a família freqüentavam a igreja regularmente, na Primeira Assembléia de Deus. Foi criado com a pregação do inferno que incutia o temor de Deus e a música que levava aos Portões do Paraíso.

Elvis, Vernon e Gladys integravam o coro e foi então que a música embalou pela primeira vez a sua alma. Ele era capaz de efetuar a cura espiritual: um toque de suas mãos nas minhas têmporas e a mais dolorosa dor de cabeça desaparecia.

Ele sempre mantinha a Bíblia na mesinha-de-cabeceira e a lia com freqüência. Agora, confrontando um desespero cada vez mais profundo, ele começou a ler outros livros filosóficos, à procura de respostas e orientação. Leu as obras de Kahlil Gibran. Um livro em particular, O Profeta, muito o inspirou. Também leu Sidarta, de Hermann Hesse, e A Vida Impessoal, de Joseph Benner. Tornou-se tão apaixonado por esses livros que os presenteava a amigos, colegas de profissão e fãs. Apelavam para sua natureza religiosa e ele adorava reunir as pessoas "no espírito da única força permanente

— "Deus Todo-poderoso".

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ELVIS E EU


Quando a mãe Gladys, estava viva, Elvis contava com uma pessoa para lhe dar respostas, uma pessoa a quem respeitava e que constantemente o lembrava de seus valores e raízes. Era Gladys quem mantinha Elvis consciente da diferença entre o certo e o errada, os males da tentação e o perigo da vida em ritmo vertiginoso.

— Mamãe, quero você e papai em Hollywood comigo — dizia ele. — Há muitos executivos por lá, tomando decisões, gente com uma conversa suave que não posso entender.

Nos primeiros tempos, Vernon e Gladys acompanhavam Elvis na maioria de suas excursões pelo Sul e nas idas a Hollywood, quando ele fez seus primeiros filmes. Era o bom senso de Gladys que contrabalançava as inseguranças de Elvis na juventude.

Mas desde a morte de Gladys que não houvera mais limites para Elvis. Ela fora a força que o mantivera na linha.

Agora que ela não estava mais ali, Elvis vivia num conflito permanente entre sua ética pessoal e as tentações que o cercavam. Em meados dos anos sessenta ele estava sempre lendo a Bíblia em seu estúdio em Bel Air. Uma noite sentei ao seu lado, enquanto ele lia passagens com a maior veemência. À nossa frente, havia várias de suas admiradoras, usando as blusas mais decotadas e as mais curtas minissaias. Todas escutavam atentamente, discípulas extasiadas na presença de seu "senhor". O sermão estendeu-se por horas, seguindo-se uma sessão de perguntas e respostas, durante a qual as garotas disputaram sua atenção. Sentada aos pés de Elvis estava uma garota atraente e bem-dotada, com a blusa desabotoada até o umbigo. Inclinando-se sedutora, ela perguntou em voz insinuante:

— Elvis, acha que a mulher no poço era virgem?

Como eu estava ao seu lado, ele evitou se aproveitar do espetáculo que obviamente lhe era oferecido.

— É uma coisa sobre a qual terá de tirar as suas próprias conclusões, meu bem — respondeu Elvis. — Pessoalmente, acho que Jesus sentiu-se atraído por ela. Mas é apenas a minha opinião, não estou afirmando que é um fato incontestável.


Fiquei observando Elvis e as garotas conversarem, sentindo-me abalada e furiosa. Que estupidez!, pensei. Será que Elvis não percebe o que ela está fazendo? É tão óbvio! Ele aspirou fundo e indagou:

— Gosto do seu perfume, meu bem. Qual é?

— Chanel Nº 5 — respondeu ela.

Chanel Nº 5? Mas era o perfume que eu estava usando! Por que Elvis não percebia em mim? Levantei-me devagar e fui para o meu quarto de vestir, que ficava ao lado do estúdio. Determinada a atrair sua atenção, vesti a roupa que ele mais apreciava — um vestido preto bem justo que Elvis escolhera pessoalmente.

Voltei alguns minutos depois e tornei a ocupar meu lugar a seu lado, mas ele estava tão absorvido em pregar às suas devotas que ignorava totalmente a minha ausência. Para agravar a situação, Elvis também não percebeu que eu trocara de roupa.

Consegui esconder minha aflição por trás de um falso sorriso e um olhar atento, mas não pude deixar de perceber que ele reagia às garotas com uma piscadela ou um sorriso ocasionais. Fiz perguntas como elas, mas meu coração não estava nisso; sabia que todas aquelas garotas queriam tomar o meu lugar. "Não há outro jeito", pensei. "Se não sou apreciada, amada ou desejada, acabarei com tudo. Assim, será mais fácil para todos."
Levantei-me e fui para o nosso quarto. Pegando um vidro de Placidyls pela metade, idealizei um plano para criar um efeito dramático, que pela minha imaginação haveria de conquistar sua atenção. Fiquei olhando fixamente para as pílulas e refleti: E se eu sufocar até a morte? Resolvi tomar duas pílulas, para começar. Assim, poderia tomar um banho de chuveiro rápido, refazer a maquilagem, vestir a camisola mais atraente e me ajeitar dramaticamente na cama, antes de engolir o resto do vidro. Engoli as pílulas e comecei a me preparar para o fim. Em lágrimas, pensei em deixar-lhe um bilhete, escrevendo tudo o que não fora capaz de dizer. Diria como desejara que nós dois pudéssemos ficar a sós de novo, como acontecera durante as longas horas que passáramos juntos em seu quarto na Alemanha. Confessaria que tinha ciúme de qualquer mulher que atraía sua atenção e detestava as ocasiões em que havia apenas silêncio entre nós, apesar de ele alegar que tinha muitos problemas na cabeça. Diria como


temia suas explosões violentas, que me privavam da liberdade de expressão; e como gostaria que ele tentasse me compreender, enquanto eu desesperadamente tentava compreendê-lo.

Talvez ele sentisse minha falta a esta altura, pensei. Corri para a porta e encostei meu ouvido. Ouvi-o rir. Ele estava se divertindo. As garotas também. Descobri que estava cansada de tudo aquilo. Não entraria ali agora nem que ele me pedisse. Além do mais, estava exausta. Mas não estava exausta demais para lembrar como queria ser encontrada. Deitei na cama, os cabelos pretos compridos espalhados sobre os travesseiros brancos, os lábios brilhando. Em minha ingênua fantasia, Elvis abraçava meu corpo inerte e dizia o quanto me amava, beijando-me ardentemente para me fazer voltar à vida.

Forcei-me a tomar mais uma pílula e fiquei absolutamente imóvel na posição em que queria ser descoberta. Esperei pelo que pareceram horas para que o sono me dominasse. Quanto mais ouvia o riso de Elvis, mais furiosa ficava. A fúria de adrenalina estava se sobrepondo ao efeito das pílulas. E não demorou muito para que começasse a me sentir uma tola. Depois, ouvi Elvis despedir-se das garotas e encaminhar-se para a porta. Peguei o livro mais próximo e ajeitei-o ao meu lado, para dar a impressão de que estava lendo e caíra no sono. Ouvi-o entrar, aproximar-se da cama suavemente, pegar o livro. Ele sussurrou o título, O Ouvinte. Pude imaginá-lo ao sorrir, satisfeito por eu estar lendo livros filosóficos. Elvis inclinou-se por cima de mim por um instante, provavelmente pensando como eu parecia doce e como devia estar cansada para me retirar tão cedo. Ele me cobriu com um cobertor carinhosamente e tornou a se inclinar para dar um beijo em meus lábios entreabertos. Toda minha ira e ciúme se desvaneceram. Compreendi como até mesmo um pouco de sua atenção podia me fazer feliz.



ELVIS E EU






CONTINUA,,,,,,,,,,
 
 

3 comentários:

  1. Lindoooss!! Ansiosa para ler o proximo! Aguardo ansiosa !!

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    1. muito obrigado querida por prestigiar os trabalhos no blog ele é feito para vocês fãs com o maior carinho continue acompanhando pois vem muita coisa por ai e hoje será postado mais 2 capítulos aguarde

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  2. Assisti o filme, descobri o livro estou amando.

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