Elvis 1956




segunda-feira, 17 de abril de 2017

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 12

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Continuação do livro Elvis e EU  Elvis And Me CAPITULO 12


Elvis mandou duas passagens de avião em primeira classe. Papai tirou uma licença e voamos para Los Angeles, onde Elvis estava filmando "Fun in Acapulco." Fomos nos hospedar no Bel Air Sands Hotel e Elvis mostrou-se o anfitrião perfeito. Ia nos buscar num Rolls-Royce branco ou em seu famoso Cadillac dourado e nos levava em excursão até a praia, em Malibu, ou a Hollywood.

Papai ficou impressionado com a hospitalidade de Elvis, mas não o bastante para esquecer o motivo de sua presença ali — Conversar sobre a minha educação e meu futuro em Graceland. Elvis não queria arriscar o acordo que já haviam feito e cada vez que papai levantava a questão da minha instrução ele apontava para algum ponto de referência de Hollywood.

— E ali está, Capitão — disse ele, mudando de assunto, enquanto passávamos pelo Hollywood Boulervard — o Grauman's Chinese Theatre. Tenho certeza de que já ouviu falar. Se saltar aqui, poderá ver as impressões de mãos e pés de todos os astros e estrelas de seu tempo. Betty Grable deixou sua marca aqui... lembra dela, não é mesmo? Também tem Marilyn Monroe, a amiga de Kennedy... e se procurar bem, talvez encontre a marca do casco de Trigger.

Enquanto meu pai saía do carro, Elvis acrescentou:

— Acho que McArthur ainda não deixou sua marca, mas estou trabalhando para isso.

Todos rimos da incongruência do General MacArthur se inclinando para deixar as impressões de suas mãos no concreto ao lado das mãos de Jane Russell.

Poucos dias depois papai e eu voamos para Memphis, onde ele e Vernon me matricularam na escola que Elvis escolhera, a Imaculada Conceição, só para moças,



Antes da minha partida, Elvis assegurou que voltaria para casa em breve e tornaríamos a nos ver dentro de poucas semanas.

Elvis e eu planejávamos viver juntos em Graceland, mas disséramos a meus pais que eu ficaria com Vernon e Dee.

Por isso, fui para a casa deles ao chegar a Menphis. Vernon garantiu a papai que eu estaria em boas mãos e que não precisava se preocupar. A expressão preocupada de papai me comoveu. Era uma expressão desamparada, revelando as dúvidas e temores sobre o acerto de sua decisão. Só o tempo diria. Ele voltou à Alemanha e eu me assentei na nova rotina.

No começo, Vernon me levava e ia me buscar na escola, onde a notícia de minha identidade logo transpirou. Quando eu passava pelo corredor, as cabeças se viravam e os murmúrios começavam. Houve uma ocasião em que um bilhete que passava de mão em mão na sala de estudo acabou caindo no chão. Vi meu nome, peguei-o e li:
"O nome dela é Priscilla. Parece que é a nova namorada de Elvis Presley. Se fizermos amizade com ela, talvez nos apresente a Elvis. Oh, Deus, seria maravilhoso!"


Eu não sabia quem era a autora do bilhete, mas o seu significado era inequívoco. Os sorrisos cordiais ocultavam intenções de alcançar Elvis por meu intermédio. Por isso, fiquei com receio de me aproximar de qualquer garota na escola. Comecei a me sentir solitária e infeliz. Viver com Vernon e Dee também era difícil. Eu me sentia deslocada na casa deles, não queria ser uma interferência na vida pessoal dos dois. Comecei a passar mais e mais tempo com Vovó em Graceland, muitas vezes passava a noite. Gradativamente, quase sem que ninguém percebesse, fui levando minhas coisas para lá. E quando Elvis sugeriu que eu me mudasse para Graceland, isso já acontecera na prática.

Mas viver na "colina", como chamávamos o lugar, era ficar no relativo isolamento. As únicas pessoas que lá estavam sempre eram Vovó e as criadas; durante o dia havia também as secretárias, Becky Yancy e Patsy Presley, que era prima-irmã de Elvis duas vezes (sua mãe era irmã de Gladys, Cletis, e o pai era irmão de Vernon, Vester) e também confidente de


ELVIS E EU


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Vernon. Éramos íntimas e depois das aulas eu ia conversar com ela e Becky. Mas Vernon achava que minhas visitas impediam as moças de trabalhar e acabou pondo um cartaz na porta:

NINGUÉM DEVE PERMANECER NESTA SALA, A MENOS QUE TRABALHE AQUI OU TENHA UM ENCONTRO MARCADO.

Eu sabia que isso me incluía também e reduzi as visitas. Havia outras restrições. Fui avisada de que não poderia levar amigas em casa, porque os estranhos não tinham permissão para entrar na casa. Um dia fui severamente criticada por sentar sob uma árvore, no jardim da frente. Estava brincando com Honey, o poodle que Elvis me dera de presente no Natal, quando uma amiga de Dee parou o carro e disse que eu estava oferecendo um espetáculo público.

Mesmo na escola eu me sentia cercada, porque Vernon ainda me levava e buscava todos os dias. Sem meu próprio carro, eu não poderia deixar a área da escola para dar um passeio na hora do almoço ou ir embora quando as aulas acabavam mais cedo. Finalmente perguntei a Vernon se não poderia usar o Lincon Mark V de Elvis. Ele concordou, com alguma relutância.

Naquela noite saí para dar um passeio. Com o rádio ligado e as janelas abertas, segui pela Highway 51 South, desfrutando a minha nova independência. Parei na frente da casa de Patsy Presley e chamei-a.

— Entre. Vamos dar uma volta.

Patsy levou-me ao Leonard's Drive-in, onde passaríamos pelo menos uma noite por semana, quando não íamos jogar boliche ou ao cinema. Mas passei a sair com menos freqüência ao perceber que os duzentos dólares que papai me dera estavam acabando. Elvis garantira a papai que não precisava se preocupar com dinheiro; se eu precisasse de algum, o pai dele me daria. Assim, com a gasolina acrescida às minhas despesas, não tive alternativa que não procurar Vernon, como Elvis me instruíra a fazer. Hesitante, entrei em seu escritório. Estava nervosa por ter de falar com Vernon, que tinha uma língua ferina e dizia tudo o que pensava.
 

— Sr. Presley, eu gostaria de saber se pode me arrumar algum dinheiro Estou gastando muito em gasolina e quase não sobra nada para o resto.

— Quanto você acha que precisa? — indagou ele, os olhos se estreitando, desconfiados.

— Eu... eu não sei...

Ele pensou por um momento e depois disse:

— Está certo. Eu lhe darei 35 dólares. Acha que é suficiente? A quantia parecia ótima no momento, mas não durou muito, com as entradas de cinema, gasolina e roupas. Duas semanas depois pedi mais dinheiro, pois queria sair com Patsy.

— Mas que diabo! — Explodiu ele. — Não acabei de lhe dar 35 dólares?

— Isso foi há duas semanas, Sr. Presley. Não posso esticar mais do que isso.

Ele me fitou com uma expressão furiosa, mas logo seu rosto se desanuviou.

— Acho que as coisas podem estar caras — disse ele, contando outros 35 dólares. — Só quero lembrar uma cosia: você e Patsy devem tomar muito cuidado. Tem havido vários acidentes naquela estrada. Por que não me telefona assim que chegar ao cinema?

A cautela de Vernon me surpreendeu na ocasião, mas lembrando o que Elvis contara a respeito de Gladys cheguei à conclusão de que era típico da família. Sempre se sentiam melhor quando a pessoa telefonava ao chegar ao destino e tornava a ligar quando voltava para casa. Elvis telefonou mais tarde, naquela mesma noite. Durante a conversa, ele perguntou:

— Como está em matéria de grana, Baby?

— É engraçado que você tenha perguntado isso — comentei, relatando então a reação de seu pai quando eu pedira dinheiro. Elvis desatou a rir.

— Meu pai é assim mesmo. Sempre foi mão-fechada. Arrancar dinheiro dele é pior do que recorrer ao banco local, mesmo quando se tem bom crédito. É por isso que o ponho para cuidar das minhas contas. Todo



dinheiro tem de ser explicado. Eu não confiaria em ninguém mais. Há muitos ladrões. Mas não se preocupe, querida. Falarei com papai. Acabei rindo também. O senso de humor de Elvis era contagiante. Ele ria de coisas que freqüentemente não faziam sentido para mais ninguém; contudo, todos que o cercavam sempre terminavam rindo também. Infelizmente, Elvis esqueceu de falar com o pai. Em vez de ficar pedindo, resolvi ganhar meu próprio dinheiro. Comecei a fazer modelos para uma butique perto de Graceland.

Quando contei a Elvis sobre o emprego, ele declarou:

— Vai ter de desistir.

— Mas estou gostando muito!

— Tem de optar entre uma carreira e eu, Baby. Pois quando procurar você, quero que esteja sempre disponível.

Larguei o trabalho no dia seguinte; agora, quase não me restava mais nada para fazer. Comecei a passar mais e mais tempo com Vovó. Gostava de sua companhia. Ela estava sempre em sua poltrona predileta, invariavelmente disposta a partilhar suas histórias sobre Elvis.

A maioria era dos primeiros anos de Elvis e da luta da família contra a pobreza. Sofrimentos e preocupações pareciam ser os elementos fundamentais da vida dos Presley. Sempre que Elvis deixava de telefonar para casa por dois dias consecutivos, todos se preocupavam com a possibilidade de alguma coisa terrível lhe ter acontecido na Califórnia. O grande sucesso e a riqueza fabulosa de Elvis não impediam que a família acreditasse que algum infortúnio ainda arrebataria tudo. Havia ocasiões em que toda aquela conversa de privações me deixava deprimida.

Meu único alívio era Patsy Presley e eu a procurava sempre que podia. Mas Vovó se queixava de que estava sendo negligenciada. Lembrou-me que as antigas namoradas de Elvis costumavam passar todas as noites em sua companhia, quando ele estava ausente. Angustiada, eu estava ansiosa para que Elvis voltasse logo.

Aguardava impaciente por seu telefonema. Geralmente ocorria no início da noite.

— Oi, Baby. Como está minha garota? 

— ele sempre perguntava, a voz jovial, transbordando de energia

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— Estou ótima, Elvis.

Uma noite, feliz em ouvi-lo, tentei explicar como me sentia solitária. Mas ele interrompeu-me:

— Não vai demorar muito tempo mais, Baby. Só mais umas poucas semanas e estaremos juntos.

— Ainda bem. Não pode imaginar como ficarei feliz em ver você de novo.

— Pois então quero ouvir um pouco de animação em sua voz. Ele começou a relatar um incidente insignificante que ocorrera naquele dia durante as filmagens, querendo me fazer rir. Senti vontade de dizer:

"Elvis, fale comigo, ajude-me a enfrentar estas novas experiências." Mas compreendi que ele não queria saber dos meus problemas. Elvis já tinha seus próprios problemas em excesso. Quando ele me perguntou como estavam as coisas para o meu lado, procurei me mostrar animada e declarei:

— Está tudo maravilhoso, Elvis. Tudo correndo às mil maravilhas.

Mas depois que desligamos, eu ainda sentia um vazio terrível. E comecei a contar os dias que me separavam de sua volta para casa.


ELVIS E EU


CONTINUA,,,,,,

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